sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tränsito, transporte, etc e tal

Opaaa! Ói eu aqui de novo :)


Como bem disse no post anterior, to aqui viajando com minha sister Pri, e pra quem é meu amiguinho no face, sabe que estou agora postando de uma cidade um tanto icônica, chamada Paris. E foi ela mesma que me inspirou pro post de hoje. Infelizmente não vou falar bem daqui neste sentido, mas pelo menos serve de exemplo pra falar bem lá da minha atual cidade de moradia, Almere (da Holanda linda, coraçãozinho S2 S2).

Venho dizer que estou impressionada com a falta de educação dos parisienses no trânsito, quando o assunto é a preferência do pedestre (entre outras coisas também). Para alguém acostumada com uma cidade onde as pessoas param o carro na faixa pra você atravessar quando te veem esperando na calçada (viva minha terrinha Natal), andar pelas ruas de Paris pode ser um pouco chocante. Perdão aos amantes da cidade, mas fiquei meio traumatizada com a loucura disso aqui. Você pode esperar no seu cantinho perto da faixa até o último carro passar, porque nenhum deles vai parar para te esperar atravessar. Mesmo atravessando em um sinal, com sinal de pedestre aberto, muito cuidado com os carros que vão fazer a conversão direto na rua que você está atravessando! Eles podem entrar com tudo e, quando te veem atravessando, param, mas ficam acelerando pra te apressar e você, que não quer ser atropelado, se sentindo meio ameaçado, acaba se apressando pra passar logo. Atravessou? O carro passa sem nem mesmo esperar o pedestre pôr o primeiro pé na calçada. Sem falar no trânsito maluco de grandes rotatórias como a do Arco do Triunfo. É carro saindo daqui, entrando dali, atravessando na frente dos outros, saindo de faixa pra outra sem ligar pro carro que tá vindo atrás... Fiquei aflita só de ver, imagine se estivesse dirigindo! Nam! Campanha +Educação pro trânsito de Paris.

Sendo assim, preciso falar da educação no trânsito das cidades holandesas S2
A começar pelas larguras das ruas. Nada a ver com a Champs-Elyseé (é assim que se escreve?) de 300 faixas de largura. Dentro da cidade, a maioria das ruas holandesas tem só uma faixa de carro. Quando muito, uma de carro pra ir e outra pra voltar. Em vias de acesso para lugares mais extremos, perto de áreas naturais, é comum ter apenas um faixa, com alguns centímetros de margem pros dois lados. Mas e se dois carros precisarem se cruzar nessa via? Simples! Cada um abre para um lado e pronto, se cruzaram! Podem até entrar um pouco na grama que margeia a via. Meio perigoso? Talvez, mas há um elemento fundamental chamada "velocidade baixa". Os holandeses se controlam quando o assunto é velocidade em vias estreitas. Nada de gente se "amostrando", correndo com seus carrões. A velocidade alta fica guardada para as grandes "highways", que só existem (aí sim) com mais de 3 faixas e fora da área urbana, com o único intuito de conectar cidade com cidade... Não bairros com bairros!
E se você quer atravessar a rua? Os carros vão parar pra você passar! Olha que beleza! E se eu quiser atravessar de bicicleta? Os carros vão parar também sem precisar nem pedir! Basta eles virem a bicicleta se aproximando pra cruzar a rua, que imediatamente eles param. O ônibus é o único que não vai parar, porque estes tem uma via única, justamente para cumprirem seus itinerários de forma eficiente, sem atrasos, de acordo com o quadro de horário acima das paradas, que indicam a hora que o próximo "busão" vai chegar.
Aprendi, no meu sexto período de arquitetura e urbanismo, um termo chamado "traffic calming" e tenho plena certeza que isso é altamente aplicado na Holanda. Todo o planejamento do trânsito e suas vias são organizados de tal forma a diminuir a velocidade dos carros, como uma forma de priorizar a mobilidade do pedestre de um jeito mais seguro e tranquilo por toda a cidade.
Portanto, fica aqui, pra finalizar, um recado aos amigos motoristas: Não se zanguem com a lombadas e as rotatórias, ou as faixas de pedestres espalhadas por aí. É tudo uma forma de fazer o trânsito mais tranquilo para aqueles que, infelizmente, são os menos favorecidos nas cidades hoje em dia: os pedestres. O fato é que todos nós somos pedestres ou seremos pedestres alguma vez na vida. E quando o somos, queremos o devido respeito. Que tal respeitar para ser respeitado?

Beijos! (Preciso devolver o tablete da Natália aqui!!)

sábado, 19 de outubro de 2013

O que a gente faz pra passar o tempo?

Oi, pessoal. O post dessa semana vai ser muito rapidinho e curto, afinal, Londres está esperando! Depois conto mais sobre isso.

Pra não deixar ninguém na mão (e pra não perder a aposta, claro), resolvi fazer uma listinha das 5 coisas que ajudam a fazer o tempo passar mais depressa quando não tem nada pra fazer em Almere (ou seja, quase sempre).

1. Faxina

Esse item é o que mais nos toma tempo, acredite! Por isso, costumamos fazer nos dias livres. Nunca vi uma casa pra juntar tanta sujeira como a nossa. Bom, pelo menos agora temos um aspirador de pó (obrigada, CAH) que nos ajuda no processo.

2. Cozinhar junto

Muitas vezes juntamos o pessoal de vários apartamentos pra fazer algum prato especial: massas, frango com batatas, sopas... e até sushi já saiu! É ótimo pra aprender novas receitas, socializar e encher o bucho. Huuum...

3. Assistir filmes

Apesar de demorarmos 50 anos pra escolher qual vai ser o danado do filme que vamos assistir, é uma atividade bacana principalmente quando acompanhada de pipoca e Guaraná (e viva a loja brasileira daqui de Almere!).

4. Reuniões sociais

Jogos, festinhas, churrascos... É sempre bom juntar os amigos na sala ou varanda e ficar dando risada.

5. Planejar viagens

Nossa, isso demanda tempo, viu? Pesquisar preços de passagem, hostels, traçar roteiros, etc. Chega a ser cansativo, mas no fim vale a pena todo o esforço. E como passei um tempo planejando essa viagem Londres-Paris com minha amada irmãzinha, tenho mais o que fazer do que ficar postando aqui nesse blog, né? Até a próxima, com um texto mais interessante e maiorzin, rs. Bye!

sábado, 12 de outubro de 2013

Saúde na Holanda

Oie!
Hoje quem tá postando é Vivi, porque Claudinha foi dar um rolé! =)
Queria falar hoje sobre o sistema de saúde daqui, explicar um pouco como funciona (ou pelo menos o que sabemos desse sistema). Como somos estudantes internacionais, nossa faculdade providenciou um seguro saúde internacional pra gente, onde procedimentos médicos que você fizer são pagos por nós mesmas a própria clínica, hospital, etc., e depois temos que tratar de mandar os recibos junto com um formulário preenchido, pra poder receber de volta o dinheiro. Enfim, chega de encher vocês com burocracias, vamos ao que interessa.
"Mas se eu ficar doente, eu vou num pronto-socorro que nem no Brasil?" Depende muito do que você sente.
Nosso seguro nos proíbe de ir direto ao pronto-socorro em casos específicos, como dor de cabeça, cólicas menstruais, enjoo, e aquelas coisas que são mais "comuns" na vida da gente. Nesses casos, você teria que ir aos chamados huisarts, ou médicos da família. Eles são tipo clínicos gerais, que vão fazer exames básicos e saber médio o que você tem pra poder te encaminhar pra um especialista. Dá pra entender melhor por essa imagem aqui embaixo, tirada daqui, site que inclusive tem um texto que pode dar toda uma noção de como funciona, e daí você vai concluir que tudo passa pelo huisart.

Até você precisar tá tudo tranqs. O problema é quando você precisa. Já precisei ir no médico da família, OK. Marquei, fui, e fui reembolsada, tudo normal. Pra mim, a dificuldade veio quando precisei ter um pouco de autonomia em relação ao sistema. Deixa eu explicar.
Sou asmática de carteirinha, desde que nasci, porque asma é hereditário e não tem cura (as vezes a pessoa cresce e melhora, mas como eu nunca cresci, né...). Daí fiquei gripada, e geralmente uma gripe desencadeia crises de asma, e um belo dia estava me sentindo com bastante falta de ar e me encaminhei ao hospital (naquele recomendado pra últimos casos, eu sei, mas QUEM VAI pensar em marcar consulta pra daqui a dois dias com falta de ar que não passa?). Tentei comprar remédio, e não consegui. Tentei comprar nebulizador, não consegui. Aliás, a primeira dificuldade foi saber o nome do nebulizador, eu ficava batendo em todo lugar com um não-muito-smartphone na mão mostrando uma foto de nebulizador, tipo assim:

"olhaqui tia, nebulizador é isso aqui, cê vende?"
Pra resumir, tive que procurar um médico da família mesmo, descobri que aqui venda de coisas específicas tipo um nebulizador são raras e caras, e que se você tem alguma coisa que precisa de "tratamento específico", traga do Brasil ou sofra. Mas no final deu tudo certo, importei um do Brasil e tô melhor, obrigada. 
Qual a moral dessa história? Não tem nenhuma moral, isso aqui não é filme da Disney nem livro de auto-ajuda. Brinks. O principal é que o sistema de saúde da Holanda é bem conhecido e aclamado, pelo que pude ler na internet, mas que não vi taanta satisfação da parte dos holandeses por causa dessas burocracias e do fato de você não se sentir bem em algum momento e não poder procurar uma ajuda mais imediata como o hospital. O bom disso é que as pessoas não vão ao hospital por qualquer dor de unha. O ruim é que qualquer dor de unha pode ser mais grave e você vai ter que esperar um pouco ou então catar um médico de plantão pra te atender enquanto isso. 
Já me estendi demais, mas em resumão era isso. Como li outro dia num blog sobre o sistema de saúde holandês, é muito bom porque alcança todas as camadas da sociedade. A população menos favorecida também tem direito a saúde de qualidade, e tem esse direito garantido (assim como não achamos a desigualdade social e econômica ampla, aqui todo mundo é parecidinho, mas isso é assunto pra outro post). Isso é o ideal buscado, no nosso país inclusive.
É isso aí, caras. Espero que tenham gostado, me despeço de vocês aqui, e até um dia que Claudinha for dar outro passeio!
Beijos!

sábado, 5 de outubro de 2013

Sistema cicloviário holandês

Olá! :)

Indo direto ao assunto, não é novidade que aqui na Holanda andar de bicicleta é algo mandatório. As crianças já nascem em cima de uma bicicleta e todo holandês que se preze tem pelo menos umas duas bicicletas. E aí andam de bicicletas até não serem mais capazes de completar uma pedalada, lá pelos seus 80 anos ou mais.
Dentre as poucas viagens de bicicleta que já fiz por aqui, pude perceber que o programa de muitos idosos no fim de semana é juntar os amiguinhos e andar de bicicleta. Olha que coisa bonita! Canso de ver senhorinhas e senhorinhos aproveitando o bom tempo desse jeito. Mas tudo isso só é possível porque a Holanda (quando digo a Holanda, falo o país inteiro, de verdade), é interligada por ciclovias/ciclofaixas. Se o nosso país, o Brasil, é todo interligado por estradas para automóveis, a Holanda tem isso também e mais um pouco. E aí o meu post hoje dedico ao sistema cicloviário holandês. Eu acho ele tão fantástico que vou tentar explicá-lo um pouco para vocês.

Foca na figura aqui abaixo!

Mapa de uma rota de bike em Groningen, com 29,2 km de extensão.
Prestou atenção nos pontinhos com números? Cada ponto desse consiste numa intersecção. Você pode planejar sua viagem anotando os pontos que você quer seguir. Digamos que eu quero sair do ponto 55 e ir a uma vila localizada no ponto 37. O que faço? Posso seguir do ponto 55 ao 41, depois o 40, depois o 39 e depois chegar ao 37. Mas posso fazer meu caminho de outras formas também, tipo do 55 ao 44, depois 14, depois 36 e depois 37. A escolha é sua... Se você tá só fazendo um passeio, pode escolher também o caminho mais longo. O que importa é seguir os pontos. Existe um site com esse sistema na memória que você pode simplesmente dizer de onde você está saindo e para onde você quer ir e ele vai te dar os pontos que você deve seguir. Você também tem a opção de escolher se quer uma rota que te mostre paisagem bacana, ou a rota mais rápida, ou a rota que segue em asfalto, enfim...
O site é este aqui: http://www.fietseropuit.nl/ (para aqueles que gostam de conferir).

Mas aí você me pergunta: "Beleza, Claudinha... Mas como faço para me localizar enquanto estou fazendo o trajeto? Tenho que ter um gps?" É... Um GPS pode ser bastante útil, mas não é essencial, caso de vida ou morte. Quando você vai começar a viagem, tem que se certificar que está saindo de um ponto conhecido destes. No caminho, você vai procurar plaquinhas que indicam o próximo número que você tem que alcançar. Olha a figurinha aqui embaixo:

Ó a plaquinha ali com o número e a setinha! É só seguir as orientações.
Todo o seu caminho, desde que você comece de um ponto conhecido, será guiado por plaquinhas deste tipo acima. TODO mesmo. Até quando você acha que deve ter se perdido no meio do mato, a plaquinha tá ali para te ajudar a encontrar o próximo ponto. E aí, fazendo viagens assim, você poderá passar por vários tipos de caminho.
No final de junho, fiz uma viagem (e é dela que tiro a experiência para falar aqui) de Almere até Arnhem de bike, que durou em torno de 8 horas, na qual eu fiz um percurso de aproximadamente 90 km. Segui as plaquinhas a todo momento, me perdendo delas algumas vezes. Mas nada que voltar ao ponto anterior não resolvesse. Oras, era a primeira vez que tinha essa experiência. Se perder era mandatório também (haha). Nas fotos a seguir, vocês podem conferir a variação de caminhos e paisagens. Havia momentos que eu estava em asfalto e houve também momentos que estive em areia fofa (uma mountain bike ia muito bem nessas horas). Houve momentos que passei no meio de fazendas, com vaquinhas e cavalinhos bonitinhos. Houve momentos que acompanhei uma estrada. Mas o mais importante é que, quase 100% do caminho era sombreado por árvores, o que tornou a viagem mais agradável. Ah! E quase sem subidas! O que também facilita muito as coisas. No fim, saí de Almere por volta das 10hs da manhã e cheguei em Arnhem por volta das 18h. Uma viagem que vai ficar na memória pro resto da vida! :)

 


 


sábado, 28 de setembro de 2013

Mariendaal

Olá! :)

(Não esqueci de postar essa semana não, ein?) Rá! :D

Conforme comentado no último post, vou falar-lhes um pouquinho mais sobre o meu período de estágio.
Como bem sabem, estou morando numa cidade chamada Almere. Mas o escritório que estagiei está localizado em uma cidade chamada Arnhem (pra quem quer conferir a distância, mapa abaixo). A minha única forma de me locomover até lá era de trem e, na minha primeira semana, todos os dias passava 1h e meia para ir e outra hora e meia para voltar, entre estações, tendo de trocar de trem aqui e ali, pq não existe uma linha férrea direta entre Almere e Arnhem.

De Almere até Arnhem
Tendo em vista que ir de um lugar a outro, todos os dias, e voltar, além de ser extremamente caro, seria muito desgastante, procurei um lugar para morar em Arnhem durante os 3 meses de estágio. Encontrei um quarto para alugar por um preço barato em uma casa de estudantes no Centro de Arnhem, há 10 minutos a pé do escritório. Lá, morei com dois holandeses e um alemão, por um tempo. Mas como era período de férias de verão, passei algumas semanas sozinha na casa de Arnhem, enquanto todos estavam de volta nas casas dos pais em outras cidades. Nesse meio tempo, alguns também passaram o quarto para frente e acabei tendo novos colegas. Sendo assim, morei também com mais duas alemãs e um dos holandeses permaneceu na casa. Pessoas bacanas numa casa organizadinha e tal. Foi um período interessante :)

Dentre coisas interessantes que descobri sobre Arnhem, enquanto morei por lá, vos falo hoje de um lugarzinho muito bonito e bastante bucólico chamado Mariendaal.
Este lugar se trata de uma área rural, muito próxima ao Centro da cidade de Arnhem (no máx. 20 minutos de bicicleta), com fazendas ao redor em combinação com esta incrível formação vegetal das fotos seguintes. Esta cobertura de árvores foi construída em 1865, formando um túnel. Diz-se que antigamente era usado pelas senhoras da propriedade, para que fossem capazes de fazer suas caminhadas sempre na sombra, mantendo suas peles sempre claras. Diz-se também que a árvore é um símbolo do amor. E, de fato, parece um lugar bem romântico. Como a luz do sol não consegue penetrar no interior do túnel, as folhas não crescem por dentro, o que possibilita que o caminho esteja sempre aberto. Mas isso também não quer dizer que não houve manutenção ao longo do tempo, para manter sempre essa forma bonitinha das árvores, por fora.
E aí você me pergunta: "Como danado você encontrou esse lugar?" Pode acreditar que não foi mérito meu. O lugar é muito escondido. Mas foi o meu chefe, um bom conhecedor das paisagens da cidade onde mora, quem me levou lá, junto com outro colega de escritório, enquanto pedalávamos em direção a casa dele, para comemorar seu aniversário com um churrasco no jardim de sua casa. Muito legal, né? 


Entrando... :D

Caminho por dentro das árvores
Havia já postado uma foto no meu instagram desse lugar por fora e fiquei devendo a minha amiga Malu a foto da vista por dentro. Aqui está! Tardei mas não falhei!

O caminho por fora

Para se ter uma noção do tamanho (Escala humana: eu)
Imagina só... Esse túnel de árvores tem "apenas" 148 anos, sobrevivendo a outonos e invernos, revigorando-se na primavera e no verão. São paisagens como essas que me fazem admirar cada vez mais a forma que os holandeses tem de tratar a paisagem em favor das pessoas. Imagina aí você poder caminhar de um lugar a outro com uma cobertura dessa te protegendo daquele sol escaldante! Na minha opinião, seria maravilhoso.

Quem quiser conferir um pouco mais sobre esse lugar, existe este site abaixo da Geldersch Landschap: uma organização da província de Gelderland, responsável por cuidar e manter atividades ambientais nas áreas naturais da província. Agora, dia 16 de outubro eles já tem na agenda uma chamada "caminhada de outono" programada pra quem quiser se juntar. Paga apenas 4,50 euros para fazer uma excursão de 3 horas.

http://www.glk.nl/82/locatie/?locatie=130
O site é holandês, mas tem sempre aquela velha ferramenta de tradução do Google Chrome, para quem é realmente curioso e gostaria de conferir algumas informações.


É o que temos para hoje!

Um abraço e até próxima semana :)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Clima: o assunto holandês

Tirando as teias de aranha aqui! \o/ \o/ \o/

(Abrindo parênteses) Honestamente, não sei se isso vai deixar as pessoas felizes, por enfim voltar a dar minhas impressões sobre o lugar onde estou, aqui na Holanda; ou mais chateadas comigo por me acharem ousada o suficiente ao esperar que alguém ainda me dará créditos depois de tanto tempo sem postar algo neste blog (Fecha parênteses).

Como não quero tomar muito o vosso tempo, fazendo-os ler minhas desculpas por não postar aqui com certa frequência, vou (tentar) explicar brevemente a razão da minha volta. Eu realmente tinha desanimado de fazer postagens simplesmente por ser uma preguiçosa (confesso), mas ao perceber que minhas postagens poderiam ter ajudado amigos brasileiros que estavam pra chegar aqui, achei digna a reclamação de um deles, que chegou a mim e me desafiou a fazer uma postagem por semana. Challenge accepted! Quem sabe isso aqui ajude mais amiguinhos que estão considerando um intercâmbio na Holanda.

Bem... Depois de tanto tempo sumida, preciso explicar-lhes novamente em que contexto me encontro, no momento. Prometo não ser repetitiva, porque o contexto que expliquei no meu segundo post era de uma recém-chegada. Hoje, depois de 7 meses por aqui, muitas coisas mudaram e aí preciso compartilhar as experiências bacanas que andei tendo nos Países Baixos. Dentre elas, meu período de estágio, tempo integral (8hs por dia), em um estúdio holandês de Arquitetura Paisagística, o LandLab (pra quem quiser curiar o site do estúdio: www.landlab.nl). Tive aproximadamente 3 meses (início de junho até o fim de agosto) para explorar muitas coisas neste escritório lindo e maravilhoso (com chefes fofos, lindos e maravilhosos) no que diz respeito a jardins, paisagens, áreas rurais, intervenções urbanas, comunicação visual, mobiliário, praças, parques, etc. Mas, infelizmente, este tempo de estágio acabou. Passado este tempo, algumas impressões em relação aos holandeses mudaram, outras se firmaram, mas também posso dizer que aprendi muitas coisas por causa deste contato direto q tive com eles. Hoje, em pleno mês de setembro, estou de volta às aulas em sala, leia-se ambiente acadêmico. Novos aprendizados por vir. (Mais informações sobre meu tempo de estágio virão num próximo post).

Mas enfim! O assunto que eu quero explorar mesmo hoje é simples: o Clima!
Embora o assunto pareça simples para nós brasileiros, principalmente advindos de lugares como Natal/RN, onde (teoricamente) você tem o sol brilhando num lindo e aberto céu azul durante quase o ano inteiro; para os holandeses, o clima é assunto polêmico! (pitada de exagero detected). A verdade é que o clima é algo determinante no dia-a-dia por aqui, porque pode influenciar desde a sua vestimenta até o seu humor. Mas o que o clima holandês tem de diferente em relação a outros países do clima temperado? (Pode ser a sua pergunta...) Respondendo, na verdade eu não sei. (Decepção do leitor detected). Mas o ponto que eu quero chegar é que sabe-se por toda a Holanda que o clima neste país é algo totalmente inesperado e surpreendente. Os holandeses nunca sabem o que realmente esperar em relação a temperatura de uma tarde ensolarada de outono, por exemplo. Por quê? Porque, por mais que o sol possa sugerir uma tarde de clima agradável ,por volta dos 20, 22°C; o amigo vento pode diminuir essa temperatura em até uns 6 graus. E aquela tarde pode se tornar bem fria. Perguntei ao meu (ex)chefe esses dias se eu poderia esperar uma tarde quente de outono e ele me disse que era possível e, como se trata da Holanda, qualquer clima pode ser esperado. Mas o que eles mesmos chamam de "tipical dutch weather" (clima tipicamente holandês) é aquele climazinho nublado, com algumas pancadas de chuva ao decorrer de todo o dia. É aquele clima que minha irmã Kaká (Veruska) adooooora para ficar na cama, curtindo aquela preguicinha, agarrada no lençol e apreciando o barulho da chuva cair, assistindo um filminho bacana, abraçada com o maridão (tudo isso combinado, só se for num dia de fim de semana, claro haha). Acredito que ela não é a única Natalense que curte esse tipo de clima. Mas certamente este é o tipo de clima que os holandeses não curtem muito. Exatamente por ser o que eles mais tem que "aturar". A verdade é que nunca estamos muito satisfeitos com aquilo que a gente tem. Sempre queremos, admiramos, desejamos, almejamos, aquilo que não temos. (As vezes quando reflito sobre isso, penso se isso não é meio óbvio. Desejar o que não temos... Mas enfim! Não vou entrar nestes pensamentos filosóficos aqui... rs).

Ouvi ainda falar que estes últimos meses têm sido bem atípicos por aqui. Mesmo que o clima seja surpreendente, os holandeses nunca esperariam ter sol brilhando no céu na época de Natal e neve na época da Páscoa (início de abril)... Mas foi exatamente isso que aconteceu no fim de 2012 e abril deste ano de 2013. Normalmente esperariam o contrário (neve em dezembro e sol em abril).
Mas, definitivamente, uma coisa que posso dizer é que, quando o sol bate na janela e o termômetro marca mais de 20°C, os holandeses estarão fora de casa, curtindo o bom tempo. E isso é bom! É incrivelmente inspirador você ver que é possível as pessoas viverem a cidade e curtirem aquilo que os espaços públicos podem oferecer (quando há infra-estrutura propícia para isso).
Neste contexto de clima bom (que não condiz mais com a atual realidade :/) e holandeses curtindo espaços públicos, contarei-lhes um causo para terminar o post de hoje:
Um dia, meus chefes viajaram para a Bélgica, a fim de participar de uma excursão organizada especialmente para arquitetos paisagistas. Antes de irem, para não me deixar totalmente desocupada, me deram a seguinte tarefa: Aproveitar que o tempo estaria bom e ir para Amsterdam para observar os espaços públicos e registrar tudo que eu achasse interessante. De fato, foi a primeira vez que senti a necessidade de tirar o meu casaco aqui. A temperatura estava por volta dos 25°C, em plena quinta-feira do meio de junho, e os holandeses estavam em peso curtindo o tempo, espalhados pelos muitos espaços públicos de Amsterdam. Dentre estes, visitei também o Nemo, que se trata de um Museu/Centro de Ciência que tem uma grande cobertura em forma de escada, com degraus suficientemente largos, capazes de abrigar espreguiçadeiras entre outros equipamentos, como um grande jogo de xadrez, vasos de plantas, grandes ábacos (oi??), a fim de entreter os visitantes do local. Este espaço só se encontra aberto em épocas de clima bom (leia-se verão). Estava eu tirando muitas fotos no local, de repente uma pequena garotinha me chama: "Mevrouw! Mevrouw!", que em holandês seria um modo mais formal para o nosso "ô moça!", e depois falou mais alguma coisa que eu não sou capaz de escrever aqui. Olho pra ela, que deveria ter aproximadamente 10 anos de idade, e falo com a cara mais lavada: "Sorry, I can't speak Dutch!" (Desculpa, não falo holandês!). De qualquer forma, não esperava que a garotinha fosse me entender. Acho que vocês concordariam comigo quando digo que não esperaria uma criança entender outra linguagem que não a nativa dela. Mas, para a minha surpresa, a garotinha se sobressaltou, olhou pra mim, olhou para o adulto mais próximo, sorriu meio amarelo e, timidamente, se dirigiu a mim, gaguejando um pouco: "Could you take a picture of us?" (Você poderia tirar uma foto da gente?). De fato ela estava acompanhada de mais algumas amiguinhas. Depois do esforço que ela fez para me pedir EM INGLÊS para tirar uma foto dela e das amiguinhas, eu não poderia ter dito outra coisa: "Of course!" (Claro!). O resultado você pode ver abaixo.

Foi a garotinha do meio que falou EM INGLÊS comigo :D

Me despeço hoje com a foto de pequenas holandesas, curtindo o breve período de sol que se é capaz de aproveitar aqui na Holanda. De fato, tive o privilégio de ser "liberada" do estágio, para andar por Amsterdam, curtindo o clima agradável e registrando momentos como esses, onde o que importa é aproveitar a combinação sol e calor (já disse ali em cima q a combinação sol e frio também é possível devido ao vento), antes que o frio reine novamente. Lição? Viva agora, aproveite o tempo agora, porque você não sabe o dia de amanhã! Amanhã o sol pode não aparecer... E aí você perdeu uma ótima oportunidade de aproveitar algo bom, que não se pode ter com tanta frequência (pelo menos não aqui na Holanda). Só quando você sofre com o frio que você é capaz de valorizar um pouquinho de calor. Veja bem, não estou falando de calor insuportável, beirando os 40 graus. Mas um calorzinho agradável, quando tudo que você consegue é um vento gelado na cara, faz uma falta danada (ao menos para mim, uma nordestina da ensolarada costa do Rio Grande do Norte).

E é isto que temos para hoje! :)

Grande abraço! Até a próxima ;]

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Passeio de bike para a universidade

Alô, alô! Tô de volta! Perdão pelo longo tempo (mais de 1 mês oO) sem postar aqui...

Sem maiores desculpas, venho então chamar-lhes para dar uma volta de bicicleta!
Querem checar o caminho que faço de bicicleta para chegar à universidade? Entãão... clique aqui
(Sim! Tentei postar o vídeo aqui diretamente, mas não me familiarizei muito com as resenhas de configuração entre minha conta do youtube e do blog... Então só clica ali no link e assista a vontade :)

Assistiu? Muito bem! \o/

Tive a sorte de gravar este vídeo em um dia em que o sol estava brilhando no céu. Algo que, inclusive, anda sendo uma raridade desde que cheguei nos Países Baixos. Holandeses amigos já me confirmaram que as primaveras aqui não costumam ser com tempo tão frio (principalmente devido ao vento) e fechado, mas parece que tive a sorte de pegar um ano incomum e desfrutar das consequências desse "climate change" com o qual nosso mundo anda sofrendo.
Antes de tudo, peço desculpas pela qualidade do vídeo, porque como gravei no meu celular, segurando-o com uma mão, enquanto a outra guiava a bike, a tela treme bastante. Espero que ninguém passe mal assistindo esse vídeo. O youtube, por ele mesmo, resolveu corrigir essas tremedeiras e daí o vídeo fica distorcido vez por outra. Mas enfim! Como diria um grande filósofo, "o que importa é o que interessa"! rs Eis as minhas observações sobre o que eu acho interessante/pertinente compartilhar com vocês:

1. Esta ciclovia que sigo margeia a linha do trem (que pode ser observada sempre no canto direito superior do vídeo). O percurso tem uma distância aproximada de 5 km e pode ser feito, calmamente, em um tempo de 17 minutos a 20 minutos. Se o vento (que costuma ser bem forte por aqui) estiver contra você, eu diria uns 25 minutos... Caso contrário, esteja a favor, diria uns 15 minutos.

2. O percurso é este marcado no mapa abaixo. Caso tenham a curiosidade e queiram procurar a cidade de Almere inteira no Google Maps, você irá observar que eu cruzo quase metade da cidade para chegar a universidade. O que significa que, em 35 a 40 minutos de bicicleta (2x o caminho que faço para a universidade), é possível cruzar a cidade inteira! Já se eu multiplicar o caminho por 4, chego em Amsterdam pedalando 1 hora e 10 minutos.

Descaradamente um print do querido Google Maps! Todos os direitos reservados! Beajs..


3. Uma das coisas que me fez refletir bastante em relação as ciclovias daqui é que não necessariamente elas seguem margeando uma estrada. Diferentemente, elas cortam as estradas para carros. De fato, há um momento que ela segue a mesma linha de uma rua. Sim! É verdade. Do segundo 0:54 do vídeo até 1:29, a ciclovia está margeando uma rua, a qual é uma linha exclusiva para ônibus! Carros normais não são permitidos nela. E nos minutos 1:17 e 1:20 é possível ver carrinhos cruzando a ciclovia, assim como em 3:01 e 3:05... Enfim! Deu pra entender rs

4. "Mas menina! Presta atenção! Esses carros cruzando a ciclovia e tu aí de boa só filmando? Se um carro desse vem e cruza mesmo na hora que tu tá passando? Como você ia fazer para frear essa bicicleta sem ter que fazer um malabarismo pra soltar o celular e se segurar no guidão?" Já escuto minha mãe se preocupando haha Calma, viu mãe? Aqui bicicleta tem prioridade em relação aos carros. Eles param para a gente atravessar a rua. Mas já no caso de cruzar as ruas que só passam ônibus, eu tenho que parar para dar a preferência. Caso contrário posso ser atropelada. Natália poderia contar a experiência dela em cruzar as ruas de ônibus, qualquer dia desses haha (piada interna).

5. Viu as grades de proteção nos momentos que acompanho a rua para ônibus? Segurança é tudo. Aqui (em Almere, leia-se cidade altamente planejada) é quase impossível atravessar ruas em lugares considerados de risco e geralmente as pessoas respeitam isso muito bem, ao meu ver.

6. Preciso observar também que, geralmente, quando as pessoas pedalam acompanhadas por aqui, elas andam uma do lado da outra. Ou seja, ocupam espaço considerável da ciclovia. Pego-me às vezes me estressando com isso, porque acontece muito de, justamente quando você vai cruzar com essas duas criaturas que vêm juntas na sua frente, uma mobilete que está vindo atrás, resolver te ultrapassar. Isso requer certa manobra para não acontecer desastres. Por tal razão ainda não consegui me convencer de que a Vivi (ainda aprendiz de ciclista) está pronta para pedalar de casa até a universidade. De fato, não chega a ser tão perigoso como andar de bicicleta em Amsterdam, mas requer certa atenção. Não sei porque, mas sempre que me deparo nesta situação, fico imaginando minha irmã Priscilla xingando essas pessoas que ultrapassam a gente de mobilete justamente quando vem vindo duas outras a sua frente, na direção contrária. haaha

7. Uma das coisas que gosto em relação a este caminho é a forma com que ele parece tão caricato. As pontezinhas, as árvores, as casinhas, as pessoas andando de bike, os caminhozinhos que cruzo... Tudo parece tão coisa de cinema! As vezes me sinto dentro daquele clipe de Corinne Bailey Rae, cantando "Put your records on", escutando os passarinhos me dizendo que eu não preciso me preocupar com nada! "... And they told me I don't need to worry ..." (Sim, já fiz esse caminho escutando essa música no iPod e é mágico hahaha)

8. Ao fim do vídeo, você pode me ver chegando ao prédio da universidade! É a International School Almere (Figura abaixo). Este prédio, atualmente, é dividido entre a CAH Vilentum (minha universidade) e a International School (escola para crianças e adolescentes entre 3 e 19 anos de idade) propriamente dita.

Fonte: http://www.frisobouwgroep.nl/projecten/detail/internationale-school-almere.html
Em setembro, a universidade estará se mudando para um prédio mais próximo daqui de casa. Só vou precisar atravessar a rua e já estarei dentro da sala de aula. Devido a isso, não terei mais o prazer de fazer este caminho do vídeo até o fim do meu programa de estudos aqui na Holanda. Mas tudo bem. Definitivamente não há do que reclamar!

Enfim... Por hoje, é só!
Abraços da terra das tulipas!
Flores estas que devem render assunto para um próximo post, a propósito...
Até a próxima :)
Espero não demorar mais um mês para voltar aqui novamente!